quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A seleção do Dunga.



Após mais uma bela exibição, a Seleção Brasileira venceu a Argentina em Rosário e carimbou o passaporte para a Copa do Mundo de 2010. O tão contestado Dunga segue fazendo uma excelente campanha a frente da seleção. Dunga, sempre criticado, classificou a seleção com 3 rodadas de antecedência. Fora isso, ainda conquistou os títulos da Copa America e da Copa das Confederações. Ninguém pode afirmar que o Brasil será hexa em 2010, mas que a seleção do Dunga é a favorita (com toda justiça), isso ninguém pode negar. Dunga é uma pessoa que sempre contou com a minha simpatia. Acho ele um sujeito sério, trabalhador e um líder nato. Dunga levantou a taça de 94 (primeira Copa do Mundo que vi o Brasil ganhar) e agora pode repetir o feito como treinador. Apesar de sofrer uma rejeição de grande parte da torcida e da imprensa, Dunga segue firme e forte. Como homenagem ao "capitão do Tetra", segue um texto do Grande Luiz Fernando Veríssimo em sua homenagem:

"Depois do Júlio todos os governantes de Roma passaram a ser césares, e "césar" - na Forma de kaiser, tzar, etc. - ficou nome genérico, como um dia "dunga" também será. Os times terão zagueiros, laterais, médios, "dungas" e atacantes, e jogadores em estados ainda por nascer descreverão sua função ou sua ambição como "de dunga" - dunga pela direita, dunga pela esquerda, dunga avançado, dunga recuado... Havia dungas antes do Dunga, como houve césares antes de César, mas o protótipo dos dungas que virão é esse nosso, que aproveita comemoração de gol para dar bronca. Todos os melhores times do mundial têm o seu dunga, de uma forma ou de outra. Ou são jogadores que galvanizam o time com sua própria energia e empenho, e bronca, ou são os destruidores que liberam os companheiros para a criação, garantindo o rebote.

Os dungas são os caroços do time. Já não se concede um time só polpa, por melhor que seja a polpa. Até no Brasil, que custou a aceitar a sua inevitabilidade, dá-se ao dunga o que é do dunga. O caroço dá forma ao time, garante a continuidade da sua alma e quebra os dentes de quem o ataca. Nenhuma seleção sem um dunga passou das oitavas.

Sempre fui um dunguista, desde que ele jogava no Internacional, e o defendi quando inventaram que a Era Dunga significava a brutalização do futebol brasileiro.
É um homem consciente e um líder dentro e fora de campo, e tem sido coerente (e vencedor) como técnico da seleção. Quase não tivemos contato social, por isso não tenho história dele para contar. A implicância da torcida com o jogador e agora com o técnico talvez tenha a ver com o seu jeitão meio bronco, que é enganador. Como jogador, ele era melhor do que diziam, bem mais do que apenas um trombador, e como pessoa, é mais inteligente do que pensam. O torcedor está enganado".

Parte da crônica "Os Dungas" publicada no livro "A eterna privação do zagueiro absoluto" por Luis Fernando Veríssimo

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Atualização: Após outra grande atuação, o Brasil venceu o Chile por 4 a 2. Nilmar foi o grande destaque com 3 gols. Julio Batista fez o outro. Agora é se preparar para 2010. Rumo ao hexa!

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