quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Preço do Caos no Rio (por Gilberto Braga)


Rio - Chuva torrencial, desabamentos, enchentes, carros alagados, vítimas fatais, prejuízos financeiros, pânico e medo. O carioca não precisa esperar mais nada, os céus já mandaram o seu recado. O problema é que nós insistimos em não entender a mensagem e não temos disciplina para fazer a lição de casa. É óbvio que o volume de chuvas foi absurdamente superior às médias históricas nessa época do ano, principalmente porque foi forte, intermitente e por várias horas. Isso, entretanto, mostra o grau crítico em que a cidade se encontra, com várias deficiências perceptíveis ao olhar de qualquer cidadão. Não é necessário fazer uma lista dos problemas, todo leitor tem a sua e ela não é pequena. As autoridades do Rio têm as suas responsabilidades, embora não necessariamente têm culpa absoluta, em face dos anos sucessivos de maus governos e da deficiência em investimentos de infraestrutura.

Mas cada um de nós também tem a sua parcela de culpa, posto a falta de cidadania e de bons hábitos de urbanidade. Vi que 37% de todo o lixo recolhido na cidade é retirado das ruas, enquanto que nas capitais europeias, esse índice é ao redor de 5%. A falta de escoamento da chuva, em boa medida, é consequência da falta de educação, do papel jogado na calçada e do lixo desovado nos terrenos baldios. O resultado são os bueiros entupidos, os rios transbordados, as ruas inundadas. E a natureza dá o seu troco ao cidadão.

A primeira, mais importante e mais barata solução para tudo isso, é a educação, por meio do ensino da cidadania. Medida concreta é a reciclagem do lixo, que não apenas diminui os problemas ocasionados pelas tempestades, mas gera empregos e matéria-prima para o reaproveitamento econômico. É necessário que as autoridades façam a sua parte e cada um de nós também.

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